A distância tem peso...

Segura-me.
Aperta-me. 
Provoca em mim - saudade.
Sabes bem como fazê-lo. 

Começa-se devagarinho, ao tentar decifrar o meu jeito. Antes disso terás de saber o meu nome. Não é difícil, basta ouvires o nome que proferem antes de eu virar o rosto ao chamamento. Mas, para me conhecer, precisas de um pouco mais. É simples, mas não é fácil. Basta estares atento. Verás que sou como o mar - intempestiva, serena. Tal e qual. E que tal como o mar, não há ondas iguais. Tal como os dias comigo. 

Com os anos a acrescentarem-me experiência, acumulei serenidade. Algo que na minha infância não sabia existir. A incessante procura, as intermináveis perguntas, a necessidade de ir, aprender, conhecer, perguntar. Perguntar com o olhar. 
Sabes como se faz? É olhar nos olhos e aguardar que digas algo mais. E dizer algo mais, não obrigatoriamente a falar.
E nos dias que decorrem precisamos todos uns dos outros. Sempre assim foi e assim continuará a ser.
O essencial nunca vai.

Permanece.


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