Devagarinho.

Devagarinho cá vou indo... Parece-me que meia só pela multidão que me acompanha eu vou seguindo os teus passos, mas lembrei agora que não foste tu que me deixaste para trás... Disso tu não és capaz. Bem sei que fui eu que preferi ver-te daqui de trás. Fui eu que para trás dos teus passos ficou, para, assim ao de leve, vislumbrar o que resta de ti, a parte que me falta apoderar de ti com a doçura que me acusas de tantas vezes nunca largar... Mas será que assim é mesmo? Cá no fundo dos nossos corações que à cerca de ano e meio em unissono batém, cá entre nós que ninguém me ouve, eu acho que já se habituaram a não morar sozinhos. E a meio destes meus pensamentos interrompes-me... Voltas-te para mim, tocas-me no cabelo e aquele friosinho que sinto na barriga só vem de ti meu doce, só de ti e por causa de ti eu acho, mas nada te digo, mas o meu olhar que à muito não me obdece, revela-te o que penso, o que sinto e o que sei, mas sem medos e sem beijos prometidos, porque todos são e foram dados, devolves-me os meus pensamentos já passados a limpo e sorris. Sinto no teu olhar que o meu amor por ti está bem guardado e seguimos em frente mas desta vez lado a lado, porque amar é como tu dizes... "Olhar na mesma direcção" e se me permites, deixa-me acrescentar que seja de mão entrelaçada uma na outra, porque bem me dizes para ser crescidinha,mas quem nasceu piquinina, toda a vida piquinina vai ser... Mas mesmo assim, mesmo que não cresça... Vais continuar a dar-me a tua mãosita?

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