Fica comigo.

Este é um daqueles pedidos que deve ser minuciosamente detalhado. Não por palavras, mas pelos sentimentos entrelaçados pelos envolvidos. É um dos pedidos mais fortes, mas também dos mais angustiantes.
Se a pessoa pede ao outro para ficar com ela porque não consegue estar sozinha é muito, muito complicado, porque devemos ser felizes por nós mesmos, sem precisarmos do outro. Isto é fácil? Claro que não. É muito difícil estarmos sozinhos e não nos sentirmos sós. Felizmente, eu consigo e acredito que é aqui que começa a verdadeira jornada em busca da felicidade. Mas já tive momentos em que mal o conseguia, ou simplesmente não consegui. Não me lembro, fiz por me esquecer. E como eu, muitos mais. Podem mentir-me a mim, na boa, mas não mintam a vós próprios. 
Quando o pedido é de puro amor ao outro, pior ainda. Porquê? Vamos imaginar uma relação a dois como dois pratos de uma balança. Se eu estiver a exigir 80% ao outro, então tenho de parar obrigatoriamente e reparar que só estou a dar 20%. Isto é fácil? Claro que não. E os pratos estarem equilibrados não são necessariamente sinal de monotonia, até porque muita boa coisa pode ser feita na horizontal! 
Se o fica comigo é pedido em desespero por perda de alguém. Esse advém de um problema que não tem solução, logo solucionado está, esse é o que não deve ser ignorado. Deve sim ser respeitado e assumido logo no mesmo segundo. Esse fica comigo é o pior, é o que todos desejamos não ouvir, mas é sempre aquele que corajosamente (ou miseravelmente sem sabermos como fugir) não negamos. O que interessa é que ficamos. 

Aqui ficam duas formas maravilhosas de pedir fica comigo. Uma na voz dela,
  

outra na dele.

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