Adoro laços, detesto nós.

É mesmo assim. Adoro laços, detesto nós. E os dos ténis são sempre os meus favoritos. Também pudera,que laço me acompanha mais vezes do que estes? Nenhum... Tal como adoro a noite, mas a lua aos meus olhos será sempre para mim, uma falsa. É a ouvinte de tantos lamentos, por vezes mais que lamexas, mas nunca nos mostra o outro lado de si mesma. Nunca se revela. E como podemos sentir tanto carinho por quem nos ouve e sempre nos ouviu, mesmo quando por vezes só em pensamento, quando de retorno nem um aconchego nos proporcionou?
Quando só nos ilumina a solidão que nos abraça, como quem engole um balão. E assim ficamos. Com aquele nó na garganta que se se mexer, empanca o estômago. Se ao menos fosse um laço. Quando já está apertado ao ponto de ser mais um valente incómodo, era fácil, tirava-se e pronto. Mas não. É um nó e não é cego. Porque se assim o fosse, eu não veria a solidão que me envolve, poderia-a sentir, mas possivelmente iria evitá-la ou até desconfiar dela... Mas não... É falsa, porque com o passar do tempo vai-nos mostrando cada vez mais e mais o que nos envolve. Mostra que os outros cá estão sempre para nós. Para o bem ou para o mal eles cá estão. Agora tu lua, "não nos ligas nenhuma" como já dizem os do Mercado Negro. Tu que apareces sem realmente te mostrares, devias ir e não mais voltar. Mas se voltares, volta, mas volta inteira. Mostra-me onde escondes o teu laço que eu cá não gosto de nós.

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