Solstício de chuva.

Sim, para mim isto tem sido um solstício sempre com o mesmo indiferente ritmo... Porque pela lei do acaso, em que eu acredito, as coisas têm simplesmente de acontecer. Na minha mais longa noite, onde mal durmo e muito penso e no dia mais longo em que mal penso e muito vivo, sinto que os ponteiros do relógio giram ao contrário e só o mundo do outro que não vejo, mas bem pressinto, vai no compasso do meu coração. E em muitas noites que pouco se faz, num enaltecer de um segundo muito se vive e eu vou seguindo o meu trilho feito de estilhaços de estrelas com uma réstea ainda cintilante, suspirando para o pouco ar que me sobra neste mundo. E vou neste ritmo de uma balada agitada, num oposto igual que me atrai e contente vou sofrendo como quem ama viver, mas se queixa do pouco mal se passa e do muito amor que me rodeia e que sei, mas muitas vezes esquecendo que muito sou amada. Roubo-te o chão e as palavras porque de ti não espero que me ofereças o teu amparo. Porque neste mundo quer-se paz e sexo. Amor é para os bons.

[Foto da estação de metro de París de Concorde, onde todas as paredes estão revestidas por azulejos que juntos revelam a Decleração Universal dos Direitos Humanos. (Confesso que gostava de tirar aqui uma foto com o Bono Vox, para mim não haveria local mais perfeito.)]

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