Azul do céu dos velhos tempos.

Chove. Às vezes no meio de uma asáfama diária a que insistimos de apelidar por quotidiano dou por mim a negar-me pequenos prazeres que me poderiam beneficiar o estado de espírito que se encontra nitidamente abalado por um mês de Maio que só dá água a cântaros, a potes e não tarda é só barro e cacos por todo o lado. Porque raio será que só me dou asas quando sinto que mereço ter algo? Por exemplo, se um exame me correr mal e se tiver uns trocos de lado sou incapaz de lhes tocar seja para que for, mas se a pauta me sorrir e não houver trocos também não abuso, pudera, ne? Sim porque bem sei que um pedreiro e uma estufadora muito lutam para a filha estar na faculdade, não os resumo à sua condição económica, pois bem sei que são muito mais do que isso. Mas a nossa vida a três resume-se um pouco aos ordenados, o que julgo ser assim por todo o lado, assim penso eu, pelo menos por enquanto. Mas a que me refiro é ao meu self fortissímo que me faz pensar demasiado nas coisas, chego a momentos em que me repreendo fortemente pelos meus erros e apenas algum valor dou aos meus feitos, não sou pessimista, até porque sempre vi e continuo a tentar ver o que há de melhor em cada situação, mas não deixo de pensar que poderia ser uma pessoa muito melhor, porque são pequenas diferenças que permitem que algo muito maior surja. Porque sempre que um amigo fica para trás, que alguma discussão surge ou algo mais, penso logo onde EU errei, que mal EU fiz, como que a culpa fosse única e exclusivamente minha. Rapidamente, me coloco no lugar do outro e observo pormenorizada e miniciosamente a minha conduta. Mas bem cá no fundo, acho que é uma boa qualidade, não julgo o outro, isso não, julgo-me a mim. Enfim, manias da yGirl, será? Ou será do meu amarelo que já está a ficar desbotado e ainda mal comecei??? Mas bem sei que aprecio o silêncio e abomino a solidão como quem abomina a morte quando está emaranhado no início de uma grande paixão!E lá fora ainda chove... Vou deixar-me adormecer ao sabor deste doce embalo de Inverno... Azul do céu, julgo que dos meus velhos tempos, onde andarás tu?

[Foto de uma rua de Coimbra junto ao Penedo da Saudade.]

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