Chorar...

Há vários tipos de choros: o da ansiedade, o da tristeza, o da solidão, o do medo, o do nervosismo, o da dor e o da felicidade. Quero cingir-me a este último. O meu namorado diz que sou uma "crepideira" que choro por tudo e por nada, além de eu detestar o nome (e aqui não concordo com ele!) mas sou obrigada a concordar com ele no resto, porque sou mesmo choradeira!!! Eu choro quando estou muito nervosa, quando vejo filmes românticos e eles ficam juntos no fim, mas choro muito mais quando eles ficam separados e choro aos soluços se um deles morre no fim ou a meio! Mas não me fico por aqui, choro quando as músicas dizem na minha vez o que mais quero dizer, quando alguma diz tudo aquilo que sinto e dou graças por ser "normal" porque mais alguém sente o mesmo que eu e choro quando vejo os jogos olímpicos, jogos de ténis, campeonatos de atletismo, ginástica, natação, em resumo em TUDO! Vejo com grande admiração e enorme felicidade quando um atleta depois de 35088horas (cerca de 4 anos) de treinos e de tanta coisa abdicar, rotina do dia-a-dia a que os treinadores insistem de modo persistente a chamar de disciplina (aqui admiro profundamente os povos orientais!) para poder estar em forma naquele preciso momento. E ele corre, ela salta, ele nada, ela desliza nos patins sobre o gelo, ele acelera na bicicleta, ela acelera na passagem da estafeta e naquele preciso momento petrificado em segundos, SUPERAMO-NOS a nós mesmo e tudo vale apena, naquele momento a vida faz sentido que noutro momento qualquer, as estrelas brilham em sintonia com o bater apressado do coração que não consegue conter tanta felicidade e vomita regozijado para mostrar a todos que se lutarmos pelo que queremos, conseguimos! Só parece impossível até ser feito, depois de feito parece que foi fácil. Já sei o que vem aí nos próximos jogos olímpicos, sempre que poder vou estar colada à tv para assistir em directo ao que mais gosto de ver: o ser humano a superar-se e a mostrar ao mundo inteiro que todos nós podemos ser deuses! Se há coisa que também adoro de ver (e choro baba e ranho!) é os discursos de óscares no youtube: que delícia! Os meses a encarnar as personagens, a dedicar tempo e esforço num projecto em que se acredita e luta-se para que vença seja com lágrimas, sorrisos, raivas, etc, seja o que for, porque se acredita que aquele projecto tem pernas para andar e quiçá correr!!! O meu discurso preferido é o da Gwyneth Paltrow, sem dúvida alguma, também o facto de saber que o pai faleceu meses depois vítima de cancro envolve-me de outra forma no deslize do texto, mas sem dúvida que o que mais gosto de ver e sentir é quando faço coisas que antes achava impossíveis de serem feitas. O melhor exemplo que posso dar para elucidar este texto? Quanto tive 20 valores na tese de Mestrado Integrado e o mundo parou...

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