A Kika do meu papá.

Pensamos muito pouco na morte, no inevitável que é esse triste (?) fim. E porque digo isto? Porque se pensássemos mais um pouco apenas, éramos quase de certeza muito mais conscientes da efemeridade que a vida é. Seríamos muito mais carinhosos, não deixávamos coisas por fazer, palavras por dizer e não deixávamos que as pessoas que amamos se sentissem "esquecidas". Cuidávamos mais, dávamos mais! Mas porque falo nisto agora? Porque hoje faleceu o pai de uma amiga de curso, ontem o avô de uma outra amiga, há uns meses o pai de outra e há uns bons meses atrás a mãe de outra amiga. Quantas vezes dizemos o que realmente sentimos pelas pessoas que nos são realmente importantes? Assim perdoar, revela-se algo muito mais fácil do que pensamos que é. Se vos disser que só me apetece ligar ao meu pai a dizer que o amo e que ele é o homem da minha vida, lembrem-me de amanhã o repetir, porque por mais vezes que o repita, daqui a uns anos vai-me parecer que não disse vezes suficiente!
Assim que terminei de colocar o ! na linha anterior o tlm tocou, era a minha mãe.
Mal falei, desatei a chorar, contei o que me afligia, os meus medos, até que ela depois de tanto me ouvir disse "E queres falar com o papá?" Respondi "É melhor não, acho que não vou conseguir falar, diz-lhe que não é por não querer,mas agora não consigo. Amo-vos muito, sim? Amanhã já vou estar melhor." E desliguei. Como somos tão pequeninos quando algo que nos é importante acontece...

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