Carta de amor a Médica Dentista.
Minha querida doutora,
Para começar, preciso dizer-lhe que não há anestesia capaz de aplacar o meu sofrimento, e eu espero que seja sensível o suficiente para que eu possa revê-la antes de se passarem aqueles seis meses recomendados, sim? Eu não aguento estar tanto tempo sem a ver...
Diz sempre que um sorriso bonito é fundamental nos dias de hoje, mas o meu sorriso só estará mesmo radiante e feliz quando a doutora deixar de me tratar como doente comum, pois olhar para si e senti-la tão distante causa uma dor maior do que aquela provocada por um tratamento intracanalar.
Sinto que a adoro desde que o momento em que tinha dentes decíduos e que vou continuar a amá-la até estar chegar a velhinho, bem velhinho, orvalhado e desdentado. Ah, desculpe, sei que a sua competência não vai deixar que eu chegue a este ponto e que, sob os seus cuidados, eu poderia exibir mais dentes por toda a minha vida.
Dizem que não existe nada pior do que uma dor-de-dentes, mas eu digo que não há nada pior do que a dor provocada pela paixão por uma dentista tão especial, bela e charmosa quanto a doutora o é.
Beijo deste carrasco que a ama perdidamente.
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