Nunca te devia ter conhecido, mas conheci.

Disseste-me que nunca me ias deixar
Que o teu amor por mim era soberbo
Mas hoje abraço o ar
Na esperança de te conseguir tocar.

Viajas nos cheiros das minhas memórias
Sinto-te no café mais amargo que bebo
E quando éramos novos e bebíamos chicória
Foste tu quem quis gravar numa tarde quente
Desses lanches infindáveis
o nosso nome na árvore mais alta
Como quem promete amor eterno
Tatuado numa imagem cardíaca de um braço desnudo.

Finjo que na sombra és a minha luz
Mas és o preto do meu branco
És a nódoa do meu tecido luzidio
Sem dúvida alguma, o meu grande pranto.
Despeço-me com a certeza de que nunca te devia ter conhecido
Dor fantasma e estúpida de um amor verdadeiro que tive por ti.

E sim, infelizmente, os meus melhores sonhos
continuam a ser aqueles em que apareces.

Deus ainda não ouve as minhas preces.


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