Em nome do amor.

Imagina que um dia vais perder tudo.
Porque vais mesmo.
Um dia vais mesmo morrer.
Todos morremos.

Mas pior, imagina que poeticamente convidavas alguém
a fazer algo em nome do amor.
Confiarias em mim, mesmo à beira do abismo?
Afinal, não é isso que acontece quando te apaixonas?
Dás a mão, fechas os olhos e deixas-te ir.

Ficas mais forte, mas mais vulnerável,
Conheces o sabor do amor,
Consegues tocar nas nuvens,
Imitas o grito do eco,
Até lhe achas graça
porque ele só te devolve o melhor
da vida.

Continuas cego, que tudo dura para sempre.
Quando sabes que o sempre não existe.
Vi vestígios da sua inexistência
Nos monumentos de Roma,
Mas sempre o soube, não precisamos de ir para tão longe.
Lá só toquei em milhares de anos de história.
Como sou tão pequenina.

Mas se te dissesse:
"Confia em mim, vem e salta comigo!" 
Tu virias?
Isto colocado nesta perspetiva dá que pensar.
Mas no dia-a-dia todos saltam.

A diferença é só uma:
uns caem, outros aprendem a voar.

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