Adoro laços, detesto nós.

Quando só nos ilumina a solidão que nos abraça, como quem engole um balão. E assim ficamos. Com aquele nó na garganta que se se mexer, empanca o estômago. Se ao menos fosse um laço. Quando já está apertado ao ponto de ser mais um valente incómodo, era fácil, tirava-se e pronto. Mas não. É um nó e não é cego. Porque se assim o fosse, eu não veria a solidão que me envolve, poderia-a sentir, mas possivelmente iria evitá-la ou até desconfiar dela... Mas não... É falsa, porque com o passar do tempo vai-nos mostrando cada vez mais e mais o que nos envolve. Mostra que os outros cá estão sempre para nós. Para o bem ou para o mal eles cá estão. Agora tu lua, "não nos ligas nenhuma" como já dizem os do Mercado Negro. Tu que apareces sem realmente te mostrares, devias ir e não mais voltar. Mas se voltares, volta, mas volta inteira. Mostra-me onde escondes o teu laço que eu cá não gosto de nós.
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