A Princesa que eu um dia quis ser.

Foi hoje. Foi simplesmente hoje que tive a consciente noção de que para se ser Princesa requer-se um tremendo e terrível sacrifício. Sim. É preciso sacrifício. Pois ora vejamos. Quando era criança e brincava entre Barbies e mais Barbies que hoje continuam guardadas meticulosamente e diz a minha mãe, parecem nunca terem sido usadas de tal modo gentil e carinhoso com que sempre as tratei, sendo os seus cabelos de dois em dois minutos escovados e de segundo a segundo re-tocados, pois a maquilhagem nunca se desvanecia e os meus dotes para tal são nenhuns, pois o meu ponto fraco sempre foi o cabelo. Bem, continuando... Sonhava e construía já no meu imaginário estórias de embalar num sonho perfeito dum sono profundo em que a menina mais bela da sua aldeia e/ou a mais bondosa conquistava com o seu jeito ingénuo e singelo o coração de um príncipe valente que farto de ser procurado pela riqueza se mascarava de caçador e assim se apaixonavam mediante um amor que era só deles e viviam felizes para sempre. Mas como eu sempre digo, há sem um mas... E neste caso é que estas estórias não existem. Não existem porque em nome de um "protocolo" para uma mulher plebeia que vire princesa pois caiu desgraçadamente nas teias de um aranho chamado Amor, ela fica aflita. E fica aflita porquê? Primeiro, não lhe pedem nada, exigem-lhe encarecidamente que deixe de ser quem é. Sim, porque se é advogada, médica, jornalista, ou seja lá que aptidões demonstre ela irá abandoná-las. Irá passar a ter aulas em como se deve sentar, comportar, falar, andar (sim, porque tem de ir atrás do marido, nunca à frente) e ainda por cima só fala depois do marido ter falado. Ora por amor à Santa Rita, tenham todos pelo menos um pingo de bom senso. Ora, ninguém se apoixona por quem quer, ninguém manda, simplesmente, tudo acontece. Ele não tem culpa de ter nascido principe que vai virar rei e ela vem de muito longe para virar rainha. Mas agora digam-me, vai-se renunciar a um verdadeiro amor por causa de um "protocolo"? Eu também acho que não. Mas porquê tamanha barbaridade quando somente são pessoas como tantas outras? Já para não falar nos filhos que vêm a caminho que nem a infância têm descansada, quando desde que respiraram já flashes e pessoas tinham as suas vidas dependentes monetariamente das deles. Não sei, a sério. Custa-me a crer quando até na própria educação das crinças não se juntam por um todo bem acimentado e cada um começa a dizer que isto é melhor que aquilo, por que está perto e é mais acessível e o outro reza entredentes para que só ele tenha razão. A sério que me custa e sim, penso nisto. Penso, porque já um dia quis ser Princesa e já desejei em muitas noites à minha lua que me trouxesse um Príncipe encantado escondido em caçador. Mas depois veio o filme Shrek, em que o principe encantado era mauzão, a fada era a mãe dele e ainda era pior e eu já desejava ter um Ogre bem verde só para mim e eu seria a Fiona. Mas a Cameron Dias ficou com a sorte toda e eu fiquei com o que nunca sonhei, mas que supera de longe o que imaginei... Posso não ser ninguém no mundo, mas sei que sou o mundo de alguém. E esse alguém... És tu, meu amor.

Comentários

R. disse…
que lindo :)


sim, eu tambem fui muito feliz porque nao fui princesa. sujei-me, descalcei-me, briquei, emporcalhei-me toda com chocolate e com pao com manteiga. isso sim, era infancia.

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