The god days are over!

O mais engraçado de quando tudo chega ao fim é tentar lembrar como começou e sinceramente é esta a parte mais difícil. O ano lectivo está a começar e escrevo-vos ao relembrar o ano que finalizou... e que ano!
O último.
Começamos a faculdade a um curto passo de sermos adultos mas já donos do nosso tempo e quando o estudo aperta, só queremos férias e quando a coisa aperta suspiramos pelo fim do curso, para finalmente podermos gritar a bom som “ACABOOOOOOOOOU!”. Isto é o que acontece na maiorias dos cursos! Sim, nos outros, não no nosso...
Em Dentária no 1º ano somos os Caloiros que são praxados ao lado da Clínica, no 2º ano somos Doutores de capa e batina de peito inchado às portas da Clínica, no 3º ano somos todos filhos da D. Alda e moramos com regime de pensão completa no pré-clínico, no 4º ano já sentimos o que é passar a manhã na clínica e a tarde no pré-clínico em regime de meia pensão (inicia-se a autonomia, mas sempre sem independência: “Quem não chegar a horas, tem falta!”) e no 5º ano vivemos a tempo inteiro na Clínica, sempre com o pré-clínico no coração e visitas guiadas até aos Seminários ao fim da tarde, quando o que tanto queríamos era um lanche e sossego e vão ver que muitos é o que fazem... Qual a expressão que mais repeti? PRÉ-CLÍNICO! Não vos vai largar, porque é nos tutelado que um excelente MD que se preze não pode esquecer as origens, é a nossa sombra. Já nem recordo as horas que lá passei. Eu e os meus colegas: PRI’s, impressões, enceramentos, duplicar modelos (...) ai tanta coisa! E sabem o que é mesmo bom nisto tudo? É que como somos todos sobrenaturais (por isso conseguimos entrar em Dentária) oferecem-nos com um rasgado sorriso um presente de fim de curso: a bela da TESE!
Vá lá, um exercício fácil: misturem todos os ingredientes numa taça, desde MOCOPE a DO/ENDO e juntem-lhe dias com 24h, MÍNIMOS, (Alguém tem doente para PPR?) 9 seminários, tese, MÍNIMOS, (Ai... Tenho que ligar à doente de DO, para vir na outra segunda, porque na próxima é o meu binómio a trabalhar!) clínica das 8h30 às 18h30, tese, MÍNIMOS (Alguém tem dentes para colocar espigão?) tese, MÍNIMOS, 2 semestres com clínica na época de exames do 1º semestre, MÍNIMOS (Alguém tem molares para endo?) untar bem a forma, vai ao forno 1 ano lectivo e dá um maravilhoso 5º ano do MIMD!
Resultado: tudo se faz e mais houvesse e mais se fazia (este último raciocínio é de quem está do outro lado – a docência)! E agora olhando para trás, quando chega o fim que se traduz num renovado começo surge o Rasganço das Batas, já com a obrigação de sermos adultos tatuada à muito nos nossos nomes inscritos nas batas e já só faltam os derradeiros 100m (a bela da tese) a 56ª leitura do manuscrito e os erros continuam a surgir, os últimos minutos a confirmar o pdf para ir finalmente para a Gráfica imprimir e eis que chega a derradeira hora do ppt: que cores usar? Tipo de letra? “Mas... como vou reduzir uma tese em 10min?! ‘Cum caneco estou...” e o dia aguardado chega e a coisa lá se dá. O dia parece ter 2 min e a apresentação da tese 0,5s e... acabou. Não acreditam? Para o ano conversamos...
Alegria.
Realização pessoal.
Silêncio.
Acabou.
O compasso do coração a acelerar rompe o silêncio, dás conta que a tua rotina vai desaparecer e alegras-te por isso e as tão aguardadas férias de Verão são finalmente... tuas!
Pura felicidade.
Alegria, muita mais virá.
A questão mais gira é que quando tudo chega ao fim é tentar lembrar como começou e sinceramente é esta a parte mais difícil. O ano lectivo está a começar...
Chega Setembro, tens mais que vontade de voltar à Clínica, sentes falta de tudo e de todos.
Chega Setembro, tens o corpo cheio de recordações, a mente repleta de nostalgia, uma mão carregada de esperança e a outra ao volante. Guias numa nova direção, num novo rumo que te leva para outras aventuras, com a certeza de que davas tudo para voltar àquele frenesim, sim porque não foi ele que te fez, foste tu que o criaste!
E levas Coimbra em ti...

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