So far, far away...

Questiono-me sobre o que estará ele a fazer, há poucas horas saí da cama junto dele e já me parece uma eternidade. Porque será que não me consigo concentrar no trabalho? Porque não me consigo desligar da imagem do corpo dele junto ao meu? Como é possível alguém ser tão doce ao acordar? E ele é tão doce ao acordar e como são suaves as suas súplicas quando me diz "Não vás, fica aqui comigo..." e como me dói cada vez que respondo: "Não posso meu querido..." E saio de casa quando lá fora ainda é de noite e só me apetece chorar! Eu fico doente, porque não vai ele para o trabalho a horas?! Faço 100km embalada nas minhas músicas, presa nas sensações que elas me provocam e tento congelá-las e colá-las a mim. Como eu gosto de músicas tristes! A minha vida é repleta de cor, às vezes até me parece um arco-íris e a rapidez com que passa do amarelo ao roxo? Um espanto! Mas sim, o meu dia-a-dia é cheio de risos, de luz, cor, mas sou fã de fotos a preto e branco e músicas tristes, infelizes e lamechas capazes de ferir e dilacerar o coração mais empedrado e insensível existente ao cimo da terra. Dá-me uma razão para não ficar? Existem tantas e todas elas são para eu ficar. Mas às vezes são preciso momentos para nos reinventarmos a nós próprios porque a colagem do que por fora fazem de nós já não corresponde ao que somos por dentro. Porque será que ela me culpa pelo fracasso que cometeu? Será que o meu silêncio de quem não pensa no assunto tem na legenda de que a estou a tramar algo? Mas como ela tem necessidade de se expor. Mas custa-me olhar para trás e saber que já não tenho outro caminho a seguir, as decisões que não são tomadas por mim dão-me mais certezas, mas as que sobram para ser eu a tomar mais angústias me dão. Mesmo desde o primeiro segundo. Não é fácil saber que correspondo às expectativas altíssimas dos outros e que até as ultrapasso, quando nas minhas ainda estou tão longe ou parafraseando "so far, far away..." Porque há pouco tempo atrás dei-me ao prazer de simplesmente viver um dia de cada vez e hoje já estou enrolada num corrupio de sucessões que tão cedo não terminará. Mas e se correr mal meu amor? E se não tiver tempo para nós? Os anos vão passando e se o meu tempo para ti não passar de um intervalo? Vais saber entendê-lo e saber esperar por mim? Eu tenho vivido tudo isto nos meus sonhos e neles tu não apareces e não existe ninguém a substituir-te. Mas e no meio do nosso amor? Dá-me uma só razão para te afastares. Eu mostrarei as estrelas que tenho no céu estrelado do meu coração cada vez que me tocas e sim, quando ficares de coração partido porque me esqueci de uma data importante eu pegarei em super cola e colo todas as peças por nós e aprenderei a amar de novo, as tuas lágrimas serão vestígios de poeira a conquistarte-ei de novo. E questiono-me sobre que estarás a fazer? Como consegues passar tanto tempo sem saber nada de mim? Porque não me ligas a perguntar se está tudo bem só porque o teu coração te lembrou de que estás com saudades? Não tens medo de me perder? Porque quanto mais longe estás, mais longe eu te sinto? E porque nos apaixonamos tão facilmente? Mas a tua vida é muito mais do que aquilo que eu sou para ti. Se pudesse voltar atrás desejava não ter conhecido o rapaz que passou a sua primeira noite de amor com a minha prima (diz ela), não tinha tido essa prima como uma das melhores amigas e nunca lhe tería desabafado sobre ele. Que lata! Não o tinha sequer como amigo. Seria um desconhecido em que só se dá conta dele nos segundos em que o via. Não teria morado com pessoas com quem morei e não aceitaria que se mudassem se me dizerem. Mas para quê repensar nisto tudo??? Tu não serías o meu amor, nem ninguém o seria. Seria só eu sozinha como o John. Quando estaría feliz teria o mundo para abraçar e quando estaría triste seria infeliz sozinha sem ter o amparo de ninguém. Viveria no embalo das ondas, não seria rica, porque nunca o ansiei, mas um par de jeans e uma havaianas seriam-me suficientes. Mas tu roubaste o meu coração, eu vitimizei-me e não fiz queixa de ti, fugi contigo e ainda hoje assim ando. Quando tens os teus olhos e o teu corpo junto ao meu imagino sempre no que estarás a pensar, mas nunca te perguntei. Não gosto de ouvir o bater do coração, porque imagino sempre quando será que ele vai parar. Doentio? Talvez. Mas acho que é medo de perder quem eu mais amo e sim, seria tudo mais fácil se não amasse ninguém. E por isso desejo partir-me e não me dobrar. O primeiro não tem remendo e o segundo é fácil de tratar. Sinceramente, é como agora ir morar sozinha. Acho que se fores comigo, um dia vais-me deixar e serão as paredes a engolir-me quando eu gritar "Porquê?" Onde há desejo, há fogo. Não sentes o meu fogo? Tenho de te dizer tudo? Porque me magoas com as tuas ausências e com a tua falta de protecção? Não sentes mesmo a minha falta? E eu tenho de me levantar e tentar. É só mais um dia e já dou comigo na contagem decrescente para regressar à minha zona de conforto. Eu quero sempre tudo, quero sempre mais e depois canso-me do que tenho. Porque elas se foram embora sem nada me dizer? Porque ela se enganou nas mensagens? Porque tem isto de me acontecer? Às vezes pareço um guarda-redes das anedotas da minha vida e sinceramente, já são pouca as vezes que me apetece defender, já estou na fase de querer sair do jogo e dizer se quiserem, fod***-** todos sozinhos que tenho uma vida muito curta para andar a sofrer e a levar convosco só porque têm uma vida infeliz. A minha não o é e graças a mim e a quem eu quero que faça parte dela. E, sim posso não ter sempre dias felizes, mas a maioria deles são-no.

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