Feliz na cidade (forma citadina de dizer felicidade).

Apercebi-me da minha vontade em fazer maioritariamente o que me faz feliz assim que terminei o curso. Vivia, onde ainda habito - Coimbra. 

Depois de tanta pancada, de tanta falsidade, de ser amiga de quem me não era nada de bom, fartei-me. Mas as boas mudanças ocorrem lentamente. As trágicas são as rápidas! E começou tudo devagarinho.
Certo dia dei por mim a limpar ao facebook, alguns rostos que lá apareciam mordiam na calada, ferravam às escondidas, mas as dores era eu que as sentia. Sim, porque sou filha de boa gente. Que maravilha! Das melhores coisas que fiz por mim.

Dei comigo a pensar porque fazia outras coisas que não gostava. Há fretes que socialmente devemos suportar, mas há outros que só horripilam e assim o que acontece? Surgem os filhos da puta dos cabelos brancos. Pouco depois arranjei empregada. A vida a dois melhorou na manhã seguinte. Mais um passo na direção da felicidade! Comecei a ocupar os poucos tempos livres com o que adoro fazer, deixei para trás o que a vida de hoje não me permite. E, calmamente, segui em frente. "Keep calm and go on." Uma curta frase, de longo sentido que não me abandona. 

Ainda tenho momentos menos bons, como todos, e vou continuar a ter, mas há muito tempo que não tenho um dia mau. Sei que me vão falecer familiares, que vou ter desgostos, mas há muito que depende de mim e nessa área tenho as mangas arregaçadas! Porquê? Simples. Resguardei-me no meu casulo, tenho muito poucos amigos (apenas os melhores que a vida fez questão de os manter) e já consigo ser livre. E o que é ser livre? A minha definição de livre é quando já não queremos mandar ninguém à merda, mesmo merecendo, porque simplesmente não quero saber. E isto não tem preço.

Amanhã faço 28 anos, já escrevi um livro, já plantei muita árvore, já escrevi uma tese de mestrado, estou no 3º ano do doutoramento, já corri uma meia maratona e muito mais, muito mais. Falta-me o básico que muita mulher sonha - casar e ter filhos. Mas também percebi, que ser diferente (não é sinônimo de mau) é até muito bom, não tenho que ter, só porque os outros têm. Vivo para realizar os meus sonhos, e amanhã dou mais um passo rumo ao que escolhi.

Façam isso também, sejam mais iguais a vocês mesmos.