Limites na vida.

Há limites, a meu ver, que devem ser bem considerados e até bem respeitados, como a individualidade de cada um, a liberdade, o respeito, o bom-senso, entre outros que agora, assim de repente, não me lembro e/ou não me parecem tão importantes. Acho que devemos todos ter limites por baixo e não, nunca, por cima!
Há pouco tempo disseram-me que o que eu ganhava chegava para a vida que levava. Isto, a meu ver, não se diz. Ninguém sabe a vida que levo, necessidades, regalias, dificuldades que eu passo. A não ser eu mesma e quem mora comigo. Aos outros pouco ou nada lhes interessa, excepto aos alcoviteiros e parentes em questão.  
Acho que devemos limitar-nos por baixo, ou seja, deve haver um mínimo e tudo o que fazemos, um patamar do qual todos nós devemos superar. No mínimo, devo receber x, tenho a obrigatoriedade de no mínimo fazer y coisas bem, tenho a obrigação de no mínimo se não for simpática, ser bem educada para w pessoas.
- Patrícia, exijo que no mínimo faças isto (...) BOM EXEMPLO!
- Patrícia, no máximo só te deixo crescer até aqui! (com os dedos quase que toco com o polegar direito ao indicador). PÉSSIMO EXEMPLO!
O que quero dizer com isto é que quem se acha superior, ou por ordenado, ou por suposta condição social, acha-se na condição de categorizar toda a plebe inferior. Ainda estes dias lia na imprensa cor-de-rosa que a Beyonce anda toda invejosa porque a Taylor Swift "passou-lhe" a perna ao superar de longe os seus recordes barra na popularidade. Outro bom exemplo: a Beyonce, alegadamente na mesma imprensa da cor de algumas rosas, é muito simpática para quem vem de baixo e lá continua, agora quando começa a olhar mais para o alto faz beicinho. Não deve ser assim. Não pode ser assim. É dar os parabéns, sentir inveja branca, arregaçar as mangas e saltar para a pista e correr (sem batota!) para chegar mais além, competir com os próprios recordes pessoais e depois com os outros; nunca primeiro com os outros e depois connosco - primeiro e sempre de nós para nós.  
Pelo raciocínio do outro orador que vociferou o que disse, eu já cheguei ao meu limite, já atingi o meu clímax, aos 28 anos. A partir daqui é sempre a descer, bem sei, começa nas mamas, depois cai-me o rabo, depois a pele entre o ombro e o cotovelo. Sim, porque quem me diz isto na cara ou tem dor de corno (esta ainda não tive para saber decifrar) ou então dor de cotovelo - já bati em muito lado para saber decifrar esta dor de cor. É fácil, não sou perfeita, nem quero ser (que aborrecimento!!!) mas sempre que vejo algo que gostava de fazer e/ter arregaço as mangas e ponho-me à pista. NOTA: se for véspera de Natal ou do meu aniversário, também peço e sei BEM pedir, nunca estar à mama! Culpa da minha mãe porque pouco leite teve para quem nunca soube o que é falta de apetite. LIBERDADE de opinar, de pensar com a cabeça livre. No trabalho, na vida em sociedade, com regras sempre, imperando sempre o bom-senso, até mais de cem! Na vida, nos limites - sem a maioria deles, mantenho apenas os de baixo para quem vem com eles, também se manter mais a baixo. 
E obrigam-me a pensar que deve ser triste ter a necessidade de dizer a uma miúda de 28 anos que já ganho que chegue. Meus queridos, logo agora que o jogo está a aquecer!

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