30 desenhos, 30 histórias.




Há uns largos meses convidei a Rute Gonzalez para tomarmos um café, disse apenas que a queria convidar para um projecto secreto e muito pessoal. A minha mãe foi comigo, Fernanda Diogo, afinal o que não fazem as mães?! Porque ela a conhecia melhor que eu e de certo modo seria o elo de ligação para amenizar quando os olhos se cruzam em linha recta pela primeira vez, como quem vê verdadeiramente. Sem os olhares, por vezes vazios - de quem respira o alcatrão da rua. Ela é a minha parceira de crime no meu conto infantil, o meu primeiro livro que será publicado daqui a dias, que perfeitamente ilustrou. A Rute tem muito talento, mas é na garra dela que me identifico, no prazer ao beber a derradeira golada do sucesso que me revejo. Mas antes disso, eu terei o prazer de assistir à leitura de um texto meu que ela loucamente (achando que eu tinha algum talento) me convidou para escrever. Eu, sempre sedenta por novas oportunidades, não lhe disse que sim, escrevi o texto e em 40min respondi-lhe ao e-mail. Engraçadas as palavras dela: "Este é teu! Pf batiza a senhora! Boa sorte com os dentes". E assim nasceu a minha Ceifeira. 

Sim, eu costumo ter sorte com os dentes!!!
À Rute, só lhe desejo o melhor, tal como a todos os envolvidos neste seu projecto.
A quem me lê, só vos posso garantir que a ida a Lisboa à exposição 30 Desenhos, 30 Histórias valerá muito a pena, as pinturas dela não se esquecem: há mistérios nas sombras e muita esperança no seu traço! Um dia correrei tão depressa, como escrevo. Até lá e com muita sorte da minha parte, a correria - essa é sempre a mesma, mas não deixem a exposição passar!

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