Senhor carteiro.

Imagem: http://diariodigital.sapo.pt/

Traz na algibeira a esperança
De quem ainda recebe pelo correio
o fim do mês.

Viaja de porta em porta
Na ausência dos proprietários
Deixa a correspondência.

Vivi de frestas, de ranhuras
Sabe bem, que em algumas portas
Povoam amarguras.

Conhece nomes de cor,
às vezes mais do que um
Sem o rosto conhecer.

E segue de janela em janela,
De reflexo em reflexo,
Dando a ideia que tudo permanece

Enquanto ele simplesmente,
envelhece.

E vai de roda, vai o mundo girando.
Ele entrega cartas, quando os outros veem sonhos.

Para mim, antes um pequeno sonho,
Que uma filhó grande.

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