Grito.

Estou cansada de o manter aqui dentro.
De tanto o apertar, ainda o conseguir conter.
Apertado espartilho
De quem não quer fazer estribilho.

E engulo, acho que disfarço
Quem já não engano, mas que não quer ver.
Faz-me isto, vê aquilo, telefona e o sempre: não te esqueças.
E quase tudo (agora) em esforço.

E surge a vontade de mandar tudo a fava
De me enroscar nos quentes lençóis
E esperar por dias melhores.
É o caminho mais fácil - eu sei.
Mas sinto raiva, mais quente que lava.

Mas é também, para mim, o caminho da vergonha.
E eu não tenho margem para ser assim.
Eu insisto no braço de ferro com a tristeza
De querer envergar o melhor sorriso
Mesmo em dias em que não haja festa.
Muito menos das de sua alteza.

E sorrir, o melhor (acredito) ainda está por vir.

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