Sonhar com a morte.

Numa noite desta semana, sonhei que tinha morrido a minha avó Licínia. O sonho era vago, pouco coerente, mas com detalhe e pormenor.
A minha mãe liga-me a dizer que a minha avó tinha morrido. Era da idade, já vinha a sentir-se mal há uns dias e que não acordou, morreu serena. 
As minhas perguntas eram de total incredibilidade.
"Mas da idade?! Como assim?"
"Andava a sentir-se mal? Então mas não foi ao médico?!"
E no meio das minhas perguntas a minha mãe responde: E o avô logo pela manhã quando se apercebeu do que aconteceu, morreu também. Foram os dois em paz.
"Mas o quê? Os dois?! Mas em paz como?"
E o que me lembro melhor do sonho são as sentidas emoções. A profunda tristeza e a repetição da expressão "Por favor deixem-me chorar." E chorei, chorei...
A tristeza no momento da partida traz um cartão de boas vindas onde se lê saudade. Minutos ou até segundos depois, instala-se logo a saudade do que se não vai viver, do que não se vai contar, do contacto que não haverá. Sei bem disso. Mas a vida no seu ritmo acelerado, faz-nos viver à distância e às vezes quando nos apercebemos do tic-tac do relógio, apetece sempre parar o tempo. Pára aí e deixa-me viver. Hoje ele anda uma hora para trás. Sempre que anda para trás, peço mais um ano de vida a todos os meus, só mais um ano, mas ano após ano. Que hoje os meus pedidos sejam novamente ouvidos, até porque a idade do meu avô já começa por um 7...

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