Pai no papel ou pai à força?
Recentemente duas amigas minhas disseram-me que iam ser mães. Se uma me disse com alegria, lágrimas de felicidades e a esbanjar amor por todos os poros do corpo, a segunda já o disse a chorar, pois não quis interromper a gravidez e já ia no oitavo mês em que vivia com o menino na barriga e o peso da decisão nas costas. O namorado não queria a gravidez, estavam juntos há 6 meses e nem conheciam os pais do outro, ela não a queria interromper e agora estava a ser mãe e pai, mas ambos com as hormonas aos saltos e só estava de ténis... Eu penso imenso neste tipo de coisas, porque dá mesmo que pensar... E se eu engravidasse?! Sinceramente nesta fase não é de todo planeado, mas sim, eu sou mulher e tenho o corpo a meu favor na decisão, ele vai para onde eu quiser e tendo um namoro consolidado (pensamos nós que o temos até um certo dia...), mas a minha vida não é estável para um acontecimento tão importante, mas sim, também sei que se assim fosse, ninguém teria filhos, por isso as pessoas tomam decisões e devem viver conscientes das mesmas e de acordo com elas... Mas e se eu fosse homem?
Imagino eu que a minha namorada engravidava, eu não o queria como tantas vezes falámos e ela tantas vezes me respondeu para eu ficar descansado porque pensávamos igual, mas agora ela não consegue fazer o que tantas vezes foi falado e agora sinto-me preso a ela para sempre, sinto-me forçado a ser o que não quero ser e em meia hora de conversa que ela já tinha decorado durante o dia diz-me que vou ser pai, quer queira quer não!! Mas isto não se diz assim! Eu no reboliço das emoções, digo mais do que queria e sei que toda a vida me vou arrepender do que disses, mas estou a ser igual a mim mesmo e eu não pedi, eu não quis e não quero isto e ela quer e eu agora vou ter de querer?! Eu sei que ela não fez o filho sozinho e também sei que quem anda à chuva molha-se, mas porque o sim dela tem de vencer ao meu não?? E com estas frases nem dei por mim e que já passaram 9 meses, mas não vou mentir, pouco quis saber, mas agora avisa-me que tenho de registar a criança em meu nome e em pouco tempo vou ter uma notificação do tribunal a avisar do que tenho de pagar pelo que não quis ter... E mais, já há muito me apontam o dedo, por estar a ser mau pai, mas EU NÃO QUIS SER PAI!!! E ele vai crescer e vai saber disto tudo, mas quem é pior pai? O que sempre negou que o queria ser ou o que o é pai e só está presente fisicamente?!
Sou o João, tenho 32 anos e namoro há 7 anos com a Laura um ano mais nova que eu, ontem disse-me a chorar que estava grávida e eu chorei com ela por ver o meu ínfimo sonho tornar-se realidade! Já vivemos juntos há 2 anos e temos empregos estáveis, se bem que agora isto já não se pode dizer... O que eu não percebi de imediato foi que chorava de tristeza. Acho que a Laura não quer ser mãe, ela já me tinha perguntado se eu achava que se ela não quisesse filhos eu iria pensar que ele amava-me menos, respondi sempre que não, mas pensei sempre que fosse reflexo da idade jovial dela e não uma coisa para a vida e que quando acontecesse ela abraçasse a boa nova como abraça cada novo desafio! Mas agora estou verdadeiramente aflito! Quero muito o bébé, mas quero a Laura como quero ar para viver. O que faço?? Tenho medo de chegar a casa e de ela me dizer que já não está grávida, não a quero pressionar, mas não sei que dizer, muito menos que fazer! Sempre fomos muito sinceros e respeitadores da opinião do outro, mas posso dizer que quero os dois? Que não quero perder nenhum, muito menos a Laura, ou muito menos menos o bébé! Sinceramente, gosto de pensar que hoje o João e a Laura têm uma Matilde nos braços...
Imagino eu que a minha namorada engravidava, eu não o queria como tantas vezes falámos e ela tantas vezes me respondeu para eu ficar descansado porque pensávamos igual, mas agora ela não consegue fazer o que tantas vezes foi falado e agora sinto-me preso a ela para sempre, sinto-me forçado a ser o que não quero ser e em meia hora de conversa que ela já tinha decorado durante o dia diz-me que vou ser pai, quer queira quer não!! Mas isto não se diz assim! Eu no reboliço das emoções, digo mais do que queria e sei que toda a vida me vou arrepender do que disses, mas estou a ser igual a mim mesmo e eu não pedi, eu não quis e não quero isto e ela quer e eu agora vou ter de querer?! Eu sei que ela não fez o filho sozinho e também sei que quem anda à chuva molha-se, mas porque o sim dela tem de vencer ao meu não?? E com estas frases nem dei por mim e que já passaram 9 meses, mas não vou mentir, pouco quis saber, mas agora avisa-me que tenho de registar a criança em meu nome e em pouco tempo vou ter uma notificação do tribunal a avisar do que tenho de pagar pelo que não quis ter... E mais, já há muito me apontam o dedo, por estar a ser mau pai, mas EU NÃO QUIS SER PAI!!! E ele vai crescer e vai saber disto tudo, mas quem é pior pai? O que sempre negou que o queria ser ou o que o é pai e só está presente fisicamente?!
Sou o João, tenho 32 anos e namoro há 7 anos com a Laura um ano mais nova que eu, ontem disse-me a chorar que estava grávida e eu chorei com ela por ver o meu ínfimo sonho tornar-se realidade! Já vivemos juntos há 2 anos e temos empregos estáveis, se bem que agora isto já não se pode dizer... O que eu não percebi de imediato foi que chorava de tristeza. Acho que a Laura não quer ser mãe, ela já me tinha perguntado se eu achava que se ela não quisesse filhos eu iria pensar que ele amava-me menos, respondi sempre que não, mas pensei sempre que fosse reflexo da idade jovial dela e não uma coisa para a vida e que quando acontecesse ela abraçasse a boa nova como abraça cada novo desafio! Mas agora estou verdadeiramente aflito! Quero muito o bébé, mas quero a Laura como quero ar para viver. O que faço?? Tenho medo de chegar a casa e de ela me dizer que já não está grávida, não a quero pressionar, mas não sei que dizer, muito menos que fazer! Sempre fomos muito sinceros e respeitadores da opinião do outro, mas posso dizer que quero os dois? Que não quero perder nenhum, muito menos a Laura, ou muito menos menos o bébé! Sinceramente, gosto de pensar que hoje o João e a Laura têm uma Matilde nos braços...
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