Sonha comigo.
Voei contigo naquele fim de manhã, quando finalmente após longos momentos os nossos corpos se uniram num só. Deixei-me enamorar e contigo fugi. Não sei se voltámos ao que éramos, agora que olho para trás consigo ver que somos mais e melhor, os teus dedos aveludados afagam-me as memórias soltas nas minhas mechas de cabelo solto e liso, dou comigo a suspirar: "Como eu sofro com o bater do coração!" nunca gostei de te ouvir, tenho medo que pares, mas por favor não contes este meu segredo. Fala sobre ele baixinho, sibilando uma música de embalar, como as ondas do mar quando faladas nos romances infantis. E deixo-me voar. Como o tempo passa! Sou de voos altos, a pique, bem baixos, como os gráficos das bolsas europeias, as americanas mentem muito e as nossas mentem igual. Mas eu não te quero mentir, já não sinto aquela paixão desenfreada, sinto amor apaziguador mas devoto! Amor que ama para ser feliz, amor que chora com as ausências e que fica feliz quando o relógio apressa-se porque está na hora de te ver! Ai se tu soubesses que de todos os sonhos que tenho, tu estás neles e em todos! De todos os momentos que presencio conto os minutos para não perder um pormenor quando te contar... E tu voas mais alto, voas sem mim para km de distância, mas estás sempre presente, nem sei como o consegues. E eu vou-me protegendo, falo menos, falo curto, mas não engano a saudade e quando quase já me habituo à distância, tu regressas e como é bom o teu regresso, como nos faz bem estar longe para saber como é bom estar perto! Sinto um grande carinho por estes momentos de solidão, preciso deles, do silêncio que o teclado interrompe, de piscar os olhos pelas letras pequenas, de escrever como se fosse um fio de luz numa noite escura. Hoje perdi-te, amanhã ganho-te outra vez...
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