Palavras.

Sei que me agarro às palavras, da mesma forma que me agarro às pessoas. É de afinco. A diferença é que as palavras andam sempre comigo, as pessoas nunca me abandonam.
Mas há pensamentos que não adivinho, há sentimentos que provoco (felizmente) e há dores que sinto. Não sendo - quero tomá-las como minhas, mas não consigo. Não saiem. E ele chora, vejo-o sofrer e... Não sei mesmo que fazer. Prefiro ser eu a sofrer, exorciso a dor. Sempre!
Amordaço a dor num ponto final, lentamente separo-me dela com um longo travessão, mostrando que a pouco e pouco, um novo rumo desenho em aguarelas que iniciam o rabisco em dois pontos. Ele? Ele ainda está preso às reticências...

Resta-me o de sempre,

as palavras. 

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