1ª Eco Meia-maratona de Coimbra

Ontem. 
A terceira MM da minha vida, todas elas em 2015, de carácter, muito amador (no que me toca), mas sempre entusiasta!
A primeira MM na minha cidade, já tinha feito a São Silvestre, a Sanfil, a das 4 estações, mas tudo em registo de 10k e em estrada. Nesta não, senti o pó no rosto, deixei pegadas no passado, alternei passadas com espigas de milho, vi campos de milharada, o canil/gatil, a quinta das nogueiras, o choupal, o mondego, passei por baixo de pontes da A1, li a placa da A1 saída para Taveiro e assustei-me por me ver longe sem dar por ela: Ohhhh raio, já vou aqui?
Não estava nervosa para a prova, nem tão pouco ansiosa, estive em Barcelona na semana anterior em congresso, sem grande tempo e vontade para treinos com temperaturas de 29-30ºC, após fisioterapia por dores de joelhos e virilhas sem grandes agravantes, mas já resultantes dos 850km que tenho nas pernas desde Janeiro. E a opinião da fisioterapeuta, foi descansar um pouco mais entre os treinos. Vi neste conselho quase como uma autorização a abrandar - sim porque a minha consciência quando quer tem um mau humor do caraças! 
Tenho dificuldade (imensa!!!) em correr mais de 10k, porque treino sempre sozinha e a força mental para esticar a distância - verdade seja dita, ainda não a tenho. Embora os meus treinos sejam quase sempre de 10k, correr menos que isso para mim não chega, embora faça séries e esses sejam treinos mais curtos em tempo e em frequência (velocidade é coisa que ainda não me assiste e não sinto que um treino curto me beneficie: por favor alguém que me ajude!). Esta é a dura verdade, então limitei-me a pensar que esta prova seria um treino longo com malta que também gosta de correr (e que malta... parecem gazelas - aquelas pernas não enganam ninguém) Só para terem noção, o primeiro lugar foi entregue em quem fez o mesmo que eu em menos 1h. Fácil! Um dia vou correr assim! E num piso onde honestamente pouco ou nada tinha corrido. Meti na cabeça que as Asics ainda me fazem mais lenta (sim, eu sei que as minhas pernas é que são detentoras de velocidade, mas é fixe pensar que nem tudo é culpa da minha inaptidão!) e fui com os meus ténis de estrada Nike - asneira, fiz a minha primeira bolha em provas. Mas nem tudo são espinhos. Aguentei-me muito bem até ao 15k, tendo passado o 10k aos 57min; depois foi sempre a quebrar, tendo terminado após 2h12 no meu relógio. 
Se corri e terminei em sofrimento? Para esta pergunta a resposta é não, embora em tudo o que faça dê o meu melhor e se não vou mais rápido é porque ainda não consigo!
Lembro-me, perfeitamente, de ter dado uns passos de corrida (quase a querer dançar) ao ritmo do que ia a ouvir ao 17k (corro sempre com música - modo playlist aleatória) e ia a ouvir este borracho que não me falha em momentos dolorosos. 



Recordo-me de apreciar o parapente no 13k e de ver de perto os ninhos de imensas cegonhas a tentarem o milagre da multiplicação, não fossem os troncos de metal nas antenas. Se fosse a correr em sofrimento, não tinha apreciado tudo isto. Nem teria feito pose em frente a todos os fotógrafos que encontrei. O cortar da meta foi lado-a-lado com a minha cara metade, que mesmo não estando inscrito nos 21k, fez o terrível esforço de me ir buscar e assim se fizeram os últimos 2k. Muito obrigada Né!
E já cá canta mais uma MM: as últimas passadas em cima da meta e o derradeiro colocar da medalha de finisher ao peito são a cereja no topo do bolo.
Isso e hoje não estar toda empenada.
Correr é, a meu ver, muita força de vontade, resiliência mental aliadas a alguma resistência muscular, que com o tempo vou adquirindo, sim só no próximo mês farei um ano de corridas. Honestamente, a parte mesmo aborrecida é o sólido casamento entre o aumento da minha resistência com a minha perda de velocidade: Divórcio - please!!!
Serão necessários mais treinos, mas dicas, mais entusiasmo; mais provas. Mas de cada vez que eu corro, eu supero-me. Ganho um pouco mais de saúde, um pouco mais de confiança, um pouco mais de fome para comer tudo o que eu adoro a seguir à prova (a melhor parte, sem dúvida alguma!). Supero-me de cada vez que calço os ténis e faço-me à estrada.
Mas não me incomoda chegar atrás de tantos outros, eu também quero ser como eles, mas a verdade dura e crua é que há um ano eu não chegava, pura e simplesmente, a lado nenhum. E se me dissessem que ia estar a correr MM com um olho nas maratonas diria algo do tipo: Não me lixes! 

PS: substituiria certamente o lixes por um majestoso F*?@#!

Mesmo no fim - é ele quem arrasto para estas corridas.

A parecer fácil acabar os 21km!

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