Imagina.
Imagina que me olhavas nos olhos, como não o fazes há anos e sozinho, tinhas a oportunidade de os absorver e até me lias a alma. Sentirias um arrepio na pele ao saboreares as minhas vitórias, o teu peito contrair-se-ía com a minha dor?
Não sinto a tua ausência, mas se voltasses estar colado a mim não me perderia em descrições do que conquistei e do que perdi. Faria uma numeração com o mesmo vigor com que cada facada corta na carne da ausência. Nunca foste de meios termos, ou querias ou não querias. Percebi-o tarde demais, quando sem perceber já te imitava. Mas em abono da verdade, muitas coisas também me ensinaste, foram mais as menos boas, mas as boas foram as melhores.
- Só preciso de mim mesma.
- Eu consigo mais do que alguma vez imaginei.
- Já ouço músicas sem prazo de validade, lavei bem as que estragaste.
Não morreste, eu é que renasci.
Não morreste, eu é que renasci.
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