Amor...


Espero, mas sem realmente esperar, que vocês que lêem o blog, endendam o que em seguida refiro. Afinal estou a tentar explicar-me. Sim, enalteço-me bem forte e alto daqui de cima, no meu canto não do mundo, mas do vasto universo, ao cimo da minha insignificancia e num mero e único grão de areia, volto a discutir o mesmo. O AMOR existe. Existe porque o sinto. Mas não o vi ainda. Mas como fazer pesquisas quando se trata de uma força assim? Medir o pulso? Avaliar o rimo cardíaco? Mas o doutro, senhor professor doutor coiso e tal, que diz que diz, e de tanto dizer e de tanto ver e de muito mais abrir tanto coração que já lhe passou pelas mãos, (e terá algum lhe tocado a alma?) E eu que já os vi a bater a meio metro de mim,bem fora da caixa torácica nas mãos de um auxiliar, bem constatei o que ele disse. Nao está lá nada dentro. Nem uma única tabuleta que diga que a direcção do mundo dos sentimentos fica a uns meros3 km. Nada. Nada. Fiquei desolada. Imaginei, ponderei, (ou terei sonhado?) já nem sei ao certo, mas talvez tenha somente desejado que naquele dia algo fosse diferente. Mas não. O by-passe foi feito, as perguntas no meio de tanto nervosismo foram respondidas, mas para mim o amor lá dentro não esteve...Não esteve. Não esteve e não esteve. Mas esteve sim, cá fora. Esteve quando sai do bloco, quando mal abri a porta, já de roupa trocada, fora dos balneários e as pessoas da sala de espera se levantaram na minha direcção à espera do médico que não era eu para saberem os resultados, ou melhor, para terem algo que lhes apaziguasse o coração. Esteve sim, quando vi nos seus olhares, que não era eu quem ela queria tanto ver quando se levantou da cor da ansiedade, de tons de desespero, ainda de terso na mão e lábios a moverem-se na graciosidade da milésima reza ainda incompleta e com mais de dúzia e meia de promessas feitas. Voltaram-se a sentar, ponderando talvez que lá não tinha estado, mas estive. Estive, presente, e fui. Mas nada lhes disse. Não sei se nada disse porque não podia dizer, se nada disse porque não sabia nao o que dizer,mas como o dizer. Não senti a respinsabilidade nos ombros. Desconheço o seu peso, a sua massa, sei lá mais eu o quê. E não rezei, não levei sentimentos, só levei a curiosidade de devorar cada instante, tentando embeber a sabedoria dos movimentos magistrais de bisturis, de veias safenas, de artérias mamárias e de cérebros já bem mais desenvoltos que o meu. Ou não. Porque os meus sentimentos ficaram cá fora e eu reencontrei-os, mas e os deles?

Comentários

R. disse…
"tanto coração que já lhe passou pelas mãos, (e terá algum lhe tocado a alma?)"

com certeza que não, porque as almas bonitas como a tua, são poucas!

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