Horas.

O poder das horas é magnificente!
As horas mandam, são as deusas do meu mundo, decidem quando nos deitamos, quando é hora social de almoçar, lanchar, jantar para um e outro país em alguns momentos diferentes para não haver engarrafamentos no movimento dos talheres e pior que tudo quando chegámos ao preciso instante de nos levantarmos, especialmente se é uma segunda-feira. Até escolhem quando chega a noite, em momentos diferentes de Verão para Inverno. Decidem que devemos estar emparelhados com Londres num meridiano, mas para percorrermos a distância até à China, as horas requerem-nos que tenhamos tempo para ser gasto nas viagens. Pois bem, não sou rica em tempo, tenho até muito tempo, mas está todo empregue, investido há muito em algo; mas tempo livre para poder ocupar com o que quiser já não é bem assim. Por isso enchi-me de coragem e hoje pedi tempo às horas e elas sorriram-me de volta. "Mas porque te ris?" perguntei eu a medo e corada. "Pedes algumas horas livres por dia. Sabes o que me costumam pedir?!" E eu pensei longamente na pergunta. "Pedem-te meses de férias?!" atrevi-me eu com o terceiro pensamento que me surgiu. "Não minha querida, pedem-me as horas de uma vida inteira para começar tudo de novo! E normalmente não o pedem quando são jovens como tu." Eu disse bem, foi o meu terceiro pensamento...

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