Cabrões do século XXI

Eu tive na escola secundária uma grande paixão, mas foi uma daquelas paixões assolapadas com direito a pack completo: ele terminava as minhas frases, gostávamos das mesmas músicas, cores, sei lá, a memória já atraiçoa tudo aquilo que não fiz questão de memorizar. Mas essa mesma paixão da secundária, foi também a minha maior desilusão. Não que ele não fosse ao perfeito, aos meus olhos ele era-o; o pior é que ele não era nem edição limitada, muito menos original. 
Na altura achava eu e umas quantas mais que ele era o "the one!". Mas a questão de ele ter sido a minha maior desilusão prende-se apenas com este aspecto: ele fazia-me sentir que eu não era suficientemente boa para ele. Não sei se era intencional, nem quero saber, mas agora olhando para trás é ignóbil a ideia dele de ora falar-me a todo o momento, ora passado meses deixava repentinamente de me falar. Não respondia às mensagens, não atendia o telemóvel, nem os parabéns me dava, na altura do hi5, lá estava ele todos os meses na lista dos que mais viam o meu perfil, mas nem como amiga me adicionava. 
Tenho plena consciência que há miúdas que neste momento passam por isto, sei também que algumas vão ser levadas da breca e aguentar-se à brava sem decair na personalidade, mas muitas mais serão as que ficarão com danos irreversíveis. E isso preocupa-me. É por isso que escrevo este texto.
Deseja quem te queira com o teu pior aspecto, que te ouça calmamente, que te faça rir, que te abra a porta e que tenha gosto em andar na rua de mão dada contigo. Desconfia sempre de quem mora nas teias dos segredos, vai correr mal. 
Há uma semana, esse míudo, vejam lá, depois de tantos anos, tentou novamente adicionar-me numa rede social, quando foi sempre ele quem me desamigou. 
Dei comigo a rir-me, vazia de sentimentos e de piadas. A melhor parte? Ele continua o mesmo (um triste software que precisa urgentemente de um upgrade), eu graças a mim mesma (e não graças a Deus como insistem em pregar) fiz-me mulher e segui em frente. 
Ignora (snob).
Caga para ele de alto a baixo (pragmatismo). 
Ele que se foda e que te deixe em paz! (avó Licínia). 

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