Esperar.

Presa a duas horas vazias
de interrompidos silêncios
ouço vozes em lamurios
de quem suspira para esconder a dor.
a sombra esquecida dos halogénios.
e esperar sem stressar?
ter que fazer em dobro,
quando só me sobra a metade
a existir devo-o ser por inteira
a quem partes já me roubou
mesmo desfeita sigo caminho
encarando de frente quem o olhar desviou.

Sigo caminho, sigo cantando
Fados de saudade em dó maior.
Já se desfez o nó do meu peito
De quem deu tudo o que tinha
A seu jeito.
Eu dei, recebi, voltei a dar e mais recebi.
Mas foi tudo num fulgor,
De quem ama sabendo que haverá dor.
Mesmo assim não desisti,
A verdade, verdadinha é que nunça te resisti.

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